C O R O L A R I U M

Obra Ditada pelo Espírito de Maria de Nazareth
 
A Excelsa Mãe de Jesus

CAPÍTULO 2
 
 

Orai, orai muito, orai sempre. — Conheço todos os vossos problemas. — As dificuldades da vida terrena são peculiares a todas as Entidades por mais evoluídas. — Também tenho participado dessas dificuldades. — Um exemplo de fé na oração diária. 

 
 

Desejo manifestar a todas as minhas filhas terrenas a minha maior disposição em cooperar na medida em que puder, para a solução dos seus problemas pequenos ou grandes, pelo desejo que me anima de tornar mais alegre e feliz a sua permanência na Terra, Eu falo desta maneira porque conheço de ciência própria os problemas com que se defrontam a cada passo, principalmente as mulheres na Terra. Devo dizer-vos que ainda no século passado aqui estive e muito lutei para poder manter-me na minha determinação de viver independente para melhor servir aos desígnios do Senhor. E foi tão árdua para o meu Espírito essa minha última estada na Terra, que eu procuro recordar apenas os momentos de êxito, quando pude verificar que algo havia produzido em favor do esclarecimento dos demais. Lutei por isto intensamente porque o meu Espírito ansiava por espalhar luz em meio à treva da ignorância de então. Podereis pensar talvez, minhas filhas, que sendo eu já portadora de um intenso foco luminoso como de fato era, não poderia encontrar dificuldades nem obstáculos ao cumprimento da minha tarefa. Eu vos direi então, minhas queridas, que assim não é, desde que tenhamos mergulhado na carne, assim como ora vos encontrais. O mundo terreno está cheio de obstáculos à realização de todas as idéias alevantadas, colocados estes pelos homens que preferem prosseguir na comodidade dos seus interesses pessoais. Por isto é que aqui têm vindo, seguidamente, Entidades de grande luminosidade para o cumprimento de belas tarefas em prol do progresso e da felicidade dos seres humanos, e acontece regressarem ao Alto sem poder cumpri-las ou as cumprindo pelo mínimo. 

Uma prova disto vós a tendes na vinda do Senhor Jesus há quase dois mil anos, animado dos melhores propósitos em relação aos viventes de então. Jesus lutou denodadamente pela idéia fundamental que o Pai Celeste lhe entregara, que era incutir no coração de todos os homens a necessidade de se amarem uns aos outros, e não a prática condenável de se considerarem uns superiores aos outros devido a circunstâncias fortuitas. O Senhor palmilhou longos caminhos, como sabeis, na pregação daquele luminoso princípio, e todas sabeis igualmente como encerrou os seus dias na Terra. Se ao Senhor fizeram o que fizeram, com o propósito de impedirem a continuação de sua sementeira de amor e entendimento entre os homens, quanto mais o fariam e têm feito realmente a outros emissários menores que vieram pregar também o doce princípio da igualdade humana perante as leis divinas.

Eu aqui me encontrei, por conseguinte, fartamente munida do desejo de iluminar pela palavra e pela pena, se possível, a uma grande parcela da humanidade. Para esse fim estabeleci a norma de vida que me convinha, que era a minha independência econômica que a princípio me pareceu fácil de conseguir. Em pouco, porém, dadas as idéias que enunciava, compreendi que teria de lutar muito e sofrer bastante para poder manter-me na situação idealizada. Aconteceu, entretanto, algo de muito triste logo no começo de minha mocidade, algo que eu rezarei muito para que não aconteça a nenhuma de vós minhas filhas queridas. Meus olhos passaram a preocupar-me de tal maneira, porque deles dependia o meu pão de cada dia, que me encontrei em breve quase completamente privada da visão de que tanto eu dependia para viver. Eu estou vos relatando este fato, minhas queridas, com este duplo objetivo: para fortalecer em vós a convicção de que podeis vencer todo e qualquer obstáculo que porventura se vos defronte, e para que saibais igualmente que nenhuma Entidade, por mais elevada no mundo espiritual, escapa às contingências da matéria, uma vez ingressada na vida terrena. Na triste situação em que então me encontrei, quase totalmente privada da luz dos olhos, eu apenas podia apelar para a Misericórdia Divina, para que me socorresse em sua magnanimidade, a fim de que eu não sucumbisse à míngua naquela situação. Foi o que fiz, minhas queridas, e tive a alegria de receber o socorro divino por mãos humanas, uma maneira muito comum de a Providência Divina atender aos filhos encarnados. Recebi certo dia a visita de uma criatura de Deus, que me vinha informar que havia na mesma cidade um núcleo de trabalhos espirituais, onde algumas pessoas quase cegas haviam recuperado a visão. Esse núcleo ficava bastante afastado do local em que eu vivia, e para me locomover até lá eram necessários recursos que me faltavam por me encontrar inteiramente privada de trabalhar. Eu resolvi então o problema transferindo-me para as proximidades desse núcleo para assim poder freqüentá-lo. Foi uma resolução inspirada certamente pelo Alto, a qual eu muito agradeci na ocasião e ainda hoje recordo reconhecida. Passei então a receber passes na vista, proporcionados por um senhor que para mim era um santo, tal o poder de que dispunha para curar ou amenizar situações semelhantes à minha. Com o perpassar dos dias comecei a sentir melhoras que muito me alegraram, e que eu agradecia comovida à Divina Providência. Com as primeiras melhoras pareceu-me que já poderia trabalhar para ganhar o meu sustento, e tentei. Verifiquei, porém, que a minha visão ainda não resistia ao esforço do trabalho manual. Eu tentei então escrever para a imprensa alguns artigos que me pudessem render o suficiente para me alimentar, e assim fiz. Enviei o primeiro artigo a uma revista de estudos filosóficos da cidade onde morava, e foi com grande alegria que recebi dias depois a visita do diretor da revista com o meu artigo publicado, e pedindo-me outros no mesmo sentido. Ele compreendeu desde logo a minha situação e me ofereceu pelos artigos uma quantia bem superior ao que eles podiam valer. Era a ajuda, ainda, da Providência Divina que chegava uma vez mais pela mão humana. Agradeci, comovida, esta retribuição, e passei a considerar-me nessa ocasião a criatura mais feliz do mundo. Os meus olhos estavam melhorando sensivelmente com os passes magnéticos do núcleo espiritualista, e já me permitiam redigir alguns artigos para poder alimentar-me. Isto tudo, minhas queridas, na situação em que então me encontrava, era para mim a felicidade, por me proporcionar a esperança da recuperação total da minha visão, da qual havia certamente de depender a minha alegria de viver. 

Eu não desejo transportar para este livro a biografia da minha última estada na Terra, por ser outra a finalidade que agora me traz em Espírito ao meio terreno. As referências que aqui vos deixo servem para todas ou qualquer de vós que porventura se encontrar momentaneamente em situação menos favorável ou menos feliz, não perca jamais a esperança de vencer a dificuldade, firmando-se na idéia luminosa do socorro espiritual, que nunca falta àqueles que souberem apelar para essa fonte inesgotável de assistência em todas as circunstâncias. Uma conclusão ainda se oferece em face do pequeno relato que aqui vos deixo, e esta é que qualquer Espírito por mais evoluído, uma vez encarcerado pelo invólucro carnal, perde totalmente a própria idéia ou a lembrança de quem foi, e todo o seu poder de superação das dificuldades, para se lembrar apenas quem é, e de estar inteiramente sujeito às contingências da vida terrena como qualquer dos seus contemporâneos. O que unicamente subsiste nos Espíritos evoluídos quando encarnados, é a fé nas Forças Superiores que dirigem o Universo, e para elas apela freqüentemente ou diariamente, como meio e esperança de proteção e ajuda nas suas dificuldades. A propósito e como exemplo do que acabo de dizer, eu vos apresentarei o caso deste meu estimado intermediário, Espírito particularmente querido do meu coração, porque meu conhecido desde os primórdios do Cristianismo, quando se constituiu, já então, um dedicado servidor do meu filho Jesus. Em sua presente romagem terrena este querido intermediário teve como berço um lar bastante modesto, constituído por Espíritos de grande elevação. Muito cedo ele emigrou do seu país para este em que passou a viver sem nenhuma ajuda que não fosse a da sua própria fé e devoção ao Senhor Jesus, e – por que não dizê-lo? – também a mim. Neste país ele cresceu e muito lutou, valendo-se unicamente da sua oração diária, e muitas vezes até em suas horas de trabalho, com o fim de amenizar dificuldades que ele considerava superiores à sua capacidade de as vencer. Assim esta alma atravessou vários decênios, orando, trabalhando e orando, o que nós, o Senhor e eu muito apreciávamos do Alto, como uma das mais belas facetas do seu Espírito. Ele, que viera à Terra desta vez com a missão que hoje desempenha, era acompanhado de perto por Entidades incumbidas de o proteger contra os perigos de que está semeado o ambiente terreno, deixando-se, porém, à sua própria capacidade, a tarefa de reunir os elementos necessários à sua sobrevivência, foi, porém, o seu apego à oração em várias horas do dia, mas sobretudo ao deitar, que pôde conservar bem próximos os seus Protetores, empenhados estes em contribuir para que esta vida perdurasse para a execução que ora realiza a serviço da Grande Cruzada de Esclarecimento de que este livro faz parte como o quinto volume. 

Vedes, portanto, filhas do meu coração, que todas as almas grandes, quando encarnadas, necessitam de apelar constantemente para as suas forças internas que são bastante poderosas, para superarem dificuldades ou circunstâncias aparentemente insuperáveis. Deus, em sua infinita misericórdia, e o Senhor Jesus em sua permanente dedicação ao bem-estar de quantas almas se encontram na Terra, jamais deixaram nem deixarão de atender e socorrer as que souberem utilizar as forças internas, apelando por meio da oração quando se sentirem necessitadas. 

Eu disponho na Terra de duas categorias, pelo menos, de filhas, a quem estimo e quero igualmente. Uma dessas categorias é constituída pelas filhas abastadas, aquelas que, ou nasceram em berços de ouro ou foram conduzidas pelas circunstâncias a elevadas situações materiais. A outra categoria é formada pelas filhas mais modestas ou desprovidas de reservas financeiras, vendo-se na necessidade de prover à própria subsistência para viverem condignamente. Eu recebo desta categoria de minhas filhas terrenas o maior volume de pedidos de proteção e ajuda, tantos e tantos são eles, que toda a minha equipe de assessores se movimenta ininterruptamente para atender a todos, e com a graça do Senhor, jamais deixei ou deixarei um desses pedidos sem a devida e pronta atenção. Eu identifico, então, nas filhas que mais se me dirigem, as almas mais evoluídas, precisamente porque a circunstância de uma alma se dirigir constantemente às Entidades protetoras, já a identifica como possuidora de uma dose maior de fé, do que aquelas que apenas se lembram de apelar para o Alto, em seus momentos mais difíceis. As almas que oram constantemente, e o fazem munidas de sua maior sinceridade, embora atravessem por vezes fases algo mais difíceis, podem alimentar a convicção de serem já possuidoras de um determinado grau evolutivo, que as qualificará em seu regresso ao mundo espiritual na categoria de Espíritos Superiores, que realmente são. As demais, as filhas que ainda se não lembram, ou apenas se lembram muito raramente de apelar para a minha ajuda, essas estão desfrutando uma existência bastante tranqüila, e eu regozijo-me com isso por não estarem necessitando de nada. Eu amo, porém, estas filhas, com o mesmo amor que dedico às demais. 

Concluindo o presente capítulo, desejo exortar a todas as filhas terrenas, para que se firmem mais ainda nos milagres da oração, uma vez que ela foi instituída precisamente para pedir, rogar, suplicar às Forças Superiores do Universo, aquilo de que os filhos, encarnados ou não, estejam necessitando. Orai, pois, orai muito, orai sempre, filhas e filhos queridos, porque a oração vos confortará, uma vez chegada ao coração do Senhor. 

Deixo-vos aqui a bênção que o Senhor Jesus vos envia por meu intermédio, e a minha própria que eu vos ofereço de todo o coração.

 

 
     
 
Psicografada por
Diamantino Coelho Fernandes
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