C O R O L A R I U M

Obra Ditada pelo Espírito de Maria de Nazareth
 
A Excelsa Mãe de Jesus

CAPÍTULO 25
 
 

Acontecimento verificado na Turquia e suas conseqüências. — O casamento e a mortalha. — O meio de as almas se reconciliarem. — As almas que partem da Terra continuam a viver. — A finalidade das religiões. — A propósito do Inferno

 
 

 Os acontecimentos que já neste momento se estão registrando no subsolo em certas áreas do mundo terreno, provocando desmoronamentos e algumas desencarnações, não vos devem surpreender, uma vez que avisados estais através das mensagens que vos chegaram do mundo espiritual. Trata-se do início da transformação da topografia em várias regiões do planeta, no cumprimento do que foi planejado para os últimos anos deste século. 

Não deve surpreender, por conseguinte, o que neste momento está sucedendo em países como a velha Turquia(1) onde muito há a fazer no sentido de oferecer ao seu povo valoroso melhores condições de vida. Os bens que vierem a ser atingidos pelos fenômenos telúricos, logo se reconstituirão em melhor forma, sendo isso motivo de atualização do que em verdade envelheceu na tradição. E quanto às almas que tiverem partido em conseqüência desses fenômenos, todas elas ingressaram num plano de vida muito mais tranqüilo e feliz do que este em que ora viveis. Podeis admitir então, para vossa maior tranqüilidade desde agora, que nada acontecerá para o mal de quem quer que seja, porque o que for empreendido por determinação das Forças Superiores do ciclo terreno, só o será para o maior bem e felicidade de todos os seres humanos. Direi a propósito algumas palavras aos parentes das almas que partiram, ou que vierem a partir em virtude dos fenômenos telúricos. Direi em primeiro lugar que tudo estava devidamente previsto desde o momento da reencarnação de cada uma daquelas almas, dentro, por conseguinte, do velho adágio de que o casamento e a mortalha no céu se talham. Isto traduz uma perfeita realidade. Efetivamente, nenhuma alma desce à Terra à mercê dos acontecimentos que possam envolvê-la durante a sua permanência na carne. Cada ser espiritual traz consigo ao encarnar uma vez mais, uma espécie de mapa ou roteiro a ser por ele seguido neste plano físico, em seus pontos principais, ficando os detalhes à descrição de cada um, para que trace ele próprio as linhas pelas quais chegará ao cumprimento do seu programa. Nasce então a alma na Terra não ao acaso num lar qualquer, mas exatamente naquele que lhe houver sido indicado pelas Forças Superiores, após o necessário entendimento com as almas que hão de ser seus progenitores. É este um ponto muito importante para o desenvolvimento espiritual das almas encarnadas, o de ficarem sabendo que não nasce uma alma na Terra sem que aqueles que a recebem tenham sido previamente consultados. Muitos nascimentos ocorrem, inclusive, em lares cujos pais acertaram no Alto, antes de baixarem eles próprios, receberem em seu seio estas ou aquelas almas amigas ou não para as encaminharem em sua próxima encarnação. Eu disse almas amigas ou não, e disse bem, em face do que freqüentemente sucede. Existem tantas e tantas incompatibilidades surgidas entre as almas que se encontraram na Terra, que é preciso eliminar. E o melhor meio para isso é fazê-las nascerem como filhos daqueles com quem se incompatibilizaram a fim de se reconciliarem. Há mesmo, infelizmente, almas que se inimizaram até à destruição violenta do veículo físico, cujo sentimento de ódio as acompanha em sua desencarnação. E como na lei divina só a harmonia e o amor devem prevalecer, necessário se torna aproximar as almas que se desentenderam em suas vidas terrenas. O meio para isso é então fazer essas almas nascerem no mesmo lar, seja na condição de filhos ou irmãos, a fim de se restabelecerem reciprocamente a simpatia e a cordialidade, esquecendo por completo suas desavenças passadas. Reparai, porém, minhas filhas e filhos queridos, que freqüentemente ainda se registram desentendimentos bastante lamentáveis entre pais, filhos e irmãos consangüíneos, numa revivescência de ódios e discórdias antigas

Voltando, então, ao assunto deixado para trás, quero dizer-vos que as almas que vierem a desencarnar em conseqüência dos terremotos que se positivarem na Terra, já desceram ao solo terreno com essa condição e apenas regressadas ao seu plano no Alto imediatamente a confirmarão. As almas que ficarem, essas sim, sentirão mais fortemente a dor da saudade na ausência das que partiram, julgando provavelmente que as terão perdido do seu convívio para sempre. A essas almas que perderam parentes e amizades queridas, eu direi que em verdade não as perderam senão aparentemente, porquanto aquelas que partem continuam a viver uma vida muito mais positiva e real do que na Terra viviam. As almas que desencarnam encontram-se prontamente numa posição que apenas difere da que na Terra existia, pela ausência do organismo físico pesado, grosseiro. Mas sentem-se então tão vivas e atuantes como enquanto no corpo, porque possuidoras agora do seu corpo fluídico, muito mais leve do que o deixado na Terra. Neste corpo fluídico as almas desencarnadas oram pelos que deixaram em seus lares terrenos, assim como pelas almas amigas, visitando periodicamente seus antigos lares e parentes. Estes devem então apoiar-se na prática da prece pelas almas que partiram, como o melhor meio de as favorecerem, certas de as poderem visitar freqüentemente durante as horas do sono, embora nem sempre o recordem. À medida em que as leis espirituais forem sendo estudadas pelas almas encarnadas, não só o fenômeno da morte irá perdendo a característica do horror que ainda causa a muita gente, pelo fato de supor que tudo acabou para aqueles que partiram da Terra. A convicção ainda arraigada no coração duma grande maioria de almas viventes na Terra, de que a morte encerrou para sempre a vida das almas que se foram, é devida unicamente à deficiência do ensino religioso apoiado em bases essencialmente materialistas, quando devera apoiar-se nas realidades da vida espiritual. O ensino ainda disseminado em torno do curto lapso de tempo de uma vida, necessita de ser revisto e adaptado ao que diz respeito à lei das reencarnações sucessivas como meio de todas as almas se aproximarem moral e espiritualmente. Há necessidade de esclarecer as almas encarnadas acerca da sua presente existência, apenas mais uma em seu longo período de aprendizado, para que possam alcançar o máximo de luz e felicidade num outro plano de vida bem diferente deste plano terreno. Isto esclarecido por meio do ensino religioso desde os primeiros anos de vida do ser humano, certo é que muito irá influir na orientação da criança e do jovem, fornecendo-lhes elementos tais de formação moral, que muito hão de contribuir para o seu bom encaminhamento na vida. Ensinando-se às almas encarnadas que elas aqui se encontram com a finalidade de evoluírem espiritualmente através da prática de boas ações e do bom entendimento com todos os seus semelhantes, e ainda, que as grandezas da vida terrena não levam ninguém ao céu, o resultado será, infalivelmente, a criação e desenvolvimento nas almas encarnadas de um caráter moral bastante forte que as impedirá de falirem ao longo de sua presente existência. 

O capítulo das religiões na Terra está a exigir sérias modificações de estrutura, para que elas possam cumprir a sua finalidade. E qual é, então, a finalidade das religiões? — podereis talvez perguntar-me. Eu responderei que a finalidade das religiões criadas e multiplicadas por toda a superfície do globo terrestre não é outra senão a de despertar nas almas encarnadas os verdadeiros sentimentos de sua filiação divina, esquecidos do passado pela sua existência na carne. Sabendo-se que o fato de a alma se encontrar mergulhada numa espessa massa de carne lhe retira completamente a memória espiritual, é necessário então esclarecê-la acerca das leis divinas que regem a vida universal, ministrando-lhe os ensinamentos espirituais que possam ajudá-la a vencer com êxito espiritual sua presente existência terrena. Isto não se consegue apenas ensinando as almas a rezar e a decorar fórmulas que muitas não compreendem e apenas repetem mecanicamente, mas em breve esquecem de todo. Há então necessidade de esclarecer todas as almas desde os seus primeiros anos, que elas são Espíritos em tarefas de aprendizado na Terra, onde já viveram outras existências semelhantes. Ensinar-se-lhes-á então que é necessário verem no semelhante um irmão e não um concorrente, porque na realidade é um Espírito como o seu em busca de progresso espiritual. Dir-se-á às almas desde os seus primeiros anos na Terra, que Nosso Senhor Jesus é o seu grande amigo de todos os momentos, e que ao Senhor devem dirigir-se sempre que necessitem de ajuda espiritual em suas tarefas ou dificuldades. Dir-se-á ainda, como ensinamento religioso, que toda a criatura humana está acompanhada de um ou mais Protetores espirituais que a assistem em todos os momentos para lhe inspirarem boas idéias, e também protegê-la contra certos perigos invisíveis que se encontram disseminados pelos caminhos terrenos. A tarefa dos Protetores Espirituais é, entretanto, um pouco mais dilatada. Cumpre-lhes, também, registrar os bons e maus atos das criaturas que protegem, dos quais dependerá o bom ou mau aproveitamento da vida terrena de cada uma. Sabendo disto as almas encarnadas desde tenra idade, elas tratarão de se precaver contra a prática de maus atos para se livrarem também de suas más conseqüências, esforçando-se em só praticarem atos que possam agradar aos seus Protetores espirituais, dos quais resultará um aumento da sua própria felicidade. 

Outro ponto importante a ser reformado no ensino religioso, por absolutamente inócuo, é a existência do Inferno como destino inapelável das almas faltosas em sua passagem por este mundo. Se esse local podia ser dado como existente pela religião de há dois milênios, e o temor de nele ingressarem teria desviado muitas almas da prática do mal, hoje em dia tal ensinamento não é mais admissível por absolutamente contrário às leis divinas. Sabendo-se que Deus é amor, e que só o amor constrói para o bem, não é admissível que sendo Deus amor em toda a sua onipotência, houvesse criado um lugar de terrível suplício para seus próprios filhos, como seria esse imaginário inferno. Quem é que iria purgar suas faltas no inferno? Quem? Somente as almas faltosas, evidentemente. E quais são essas almas faltosas destinadas ao suplício das labaredas infernais? Somente as almas ignorantes cometem infrações às leis divinas, todos os sabemos. As almas ignorantes, ou seja, as almas ainda pouco experientes, porque pouco vividas, são as almas jovens, recém-vindas de mundos inferiores para continuarem a sua evolução neste plano terreno. Como condenar então essas almas ainda inexperientes à exterminação nas caldeiras do imaginário inferno? Seria destruir seres espirituais como nós, só porque teriam errado em sua vida terrena por ignorância, pelo desconhecimento das leis divinas. Não, meus queridos; nenhuma alma jamais ingressou nesse inferno de chamas criado pela imaginação dos homens. Se é preocupação máxima do Nosso Senhor que nem uma de suas ovelhas se perca, como conciliar tal preocupação do Senhor com o lançamento de algumas dessas ovelhas às chamas da fogueira infernal? Não, meus queridos; nada disso existe no plano espiritual onde tudo é amor, amor e somente amor. Há urgência, por conseguinte, em substituir a ameaça do fogo infernal pelo esclarecimento das almas em novas bases que é o ensinamento espiritualista, para que todas se capacitem dos verdadeiros objetivos da vida terrena. No Alto trabalha-se intensamente neste objetivo, procurando-se de todas as formas tocar o coração das direções religiosas da Terra, para que destruam o quanto antes a imagem do inferno, construindo em seu lugar o edifício real, verdadeiro, do espiritualismo; disseminando urgentemente seus ensinamentos no mundo todo. 

Deixo-vos aqui a bênção que o Senhor vos envia por meu intermédio, e a minha própria que eu vos ofereço de todo o coração.

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(1) - Este capítulo foi ditado no dia 29 de julho de 1967, quando a Cidade de Ancara fora abalada por um grave terremoto. Nota do Médium.

 
     
 
Psicografada por
Diamantino Coelho Fernandes
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