C O R O L A R I U M

Obra Ditada pelo Espírito de Maria de Nazareth
 
A Excelsa Mãe de Jesus

CAPÍTULO 33
 
 

Centenas de almas evoluídas se reúnem no plano espiritual. — Lentidão do progresso espiritual das almas encarnadas. — O verdadeiro objetivo da vida terrena. — Erro dos ensinamentos religiosos. Necessidade da vidência e audiência. — A confissão auricular.

 
 

 Aconteceu certa vez encontrarem-se reunidas no plano espiritual onde viviam algumas centenas de almas já possuidoras de um grau assaz elevado de evolução, as quais se achavam preocupadas com a lentidão do progresso espiritual alcançado na Terra pelas almas aqui encarnadas. Sua reunião fora então convocada para debater este assunto, considerado altamente importante na vida de todas as almas. Embora as opiniões variassem em certos detalhes, havia unanimidade na circunstância de que o livre arbítrio concedido a todos os seres humanos na Terra, muito contribuía para a lentidão determinante daquela reunião. Foram então expostos os pontos de vista das participantes da reunião, os quais iam sendo devidamente anotados para estudo das almas presentes. 

Dos diversos pontos de vista apresentados, todos eles refletindo observações e estudo aprofundado do assunto, eu procurarei reproduzir alguns realmente considerados fundamentais para o aceleramento do progresso evolutivo das almas na Terra. Opinou a respeito uma das almas presentes, portadora de um belo diadema de luzes espirituais alcançadas em milênios de trabalho neste mundo terreno, que na sua maneira de encarar tão sério problema, a causa da lentidão do progresso das almas na Terra devia ser debitada à incapacidade demonstrada pelas religiões terrenas. E argumentava aquela alma em apoio do seu ponto de vista: 

— Temos verificado com tristeza que os ensinamentos divulgados pelas religiões terrenas nestes dois últimos milênios, muito pequena relação estabelecem entre o verdadeiro objetivo da vida terrena, preocupando-se mais com a vida material propriamente dita, do que com a vida espiritual. Temos verificado, inclusive, que os ensinamentos religiosos atualmente difundidos na Terra não só não admitem a evolução anímica através de vidas sucessivas no mundo terreno, como até se opõem à teoria espiritualista que prega a sobrevivência da alma. Uma tal atitude religiosa faz com que as almas encarnadas entrem a considerar sua existência como a única e definitiva, levando-as em muitos casos a se desinteressarem da vida espiritual, da qual não conseguem recordar-se no estado de encarnadas. 

A alma em referência desenvolveu o assunto com muita justeza, terminando por apresentar a solução deste grande problema, que será, em sua opinião, a criação na Terra de centros de estudos religiosos onde possam apresentar-se, visíveis, Entidades missionárias, a ministrar os ensinamentos que possam esclarecer as almas encarnadas a respeito do seu progresso espiritual. Na opinião da alma em referência, os templos religiosos existentes em todo o mundo terreno seriam franqueados à palavra de Entidades imateriais, que neles se manifestariam para transmitir aos seus freqüentadores a palavra do Alto, capaz de despertar nos corações humanos um ardente desejo de progredir espiritualmente. A idéia foi recebida pelas almas presentes com a maior simpatia, sendo considerada viável para o início do próximo século, quando se encontrarão em postos religiosos de destaque, Espíritos de grande evolução em vias de reencarnar. Belo seria, pois, se, antecipando-se à idéia aqui enunciada, a classe dirigente das várias religiões terrenas, decidisse colocar os respectivos templos à disposição do Senhor do Mundo, para que os seus mensageiros neles se manifestassem, para divulgar ensinamentos capazes de apressarem o progresso humano-espiritual. 

Outras Entidades igualmente se manifestaram sobre o assunto, cuja palavra despertou o maior interesse. Na opinião de outra alma presente, o que muito virá contribuir para o mais rápido progresso das almas encarnadas, será a concessão das faculdades mediúnicas da vidência e audiência, permitindo às almas encarnadas ver e ouvir as desencarnadas, durante a sua permanência no corpo. Argumentava a alma em referência, que nenhum ensinamento divulgado na Terra pelas religiões terá a penetração e aceitação por parte dos encarnados, alcançada pelos que forem divulgados pelas almas categorizadas do mundo espiritual. E então, concluía, de posse destas duas importantíssimas faculdades — vidência e audiência —, as almas encarnadas não só se esclareceriam muito mais facilmente, como também poderiam ser advertidas pelo Alto, em todas as oportunidades em que estivessem na iminência de falir. 

A reunião prosseguiu bastante animada, dado o interesse que todos nós temos no Alto, em podermos contribuir para o aceleramento do vosso progresso evolutivo. Porque, filhas e filhos a quem eu muito amo, não podeis sequer imaginar o quanto decepciona os vossos dedicados Protetores espirituais que vos assistem em todos os momentos, terem de testemunhar atitudes de todo incompatíveis com o vosso progresso e bem-estar espiritual. As almas encarnadas na Terra cometem às vezes faltas de tal modo prejudiciais à sua própria felicidade, que deixariam certamente de cometer se antes tivessem podido ouvir a voz amiga do seu protetor espiritual. O assunto foi igualmente anotado para ser continuado noutras reuniões. Foi, não obstante, deliberado pelas almas reunidas, levá-lo ao conhecimento do Senhor para a sua apreciação. Constituiu-se para esse fim uma comissão de almas, incumbidas de levar ao Senhor do Mundo as idéias e conclusões daquela reunião, como sucede, aliás, ao fim de todas as reuniões das almas interessadas em contribuir para o progresso da coletividade espiritual. 

Como parte do resultado do debate dos assuntos levados à reunião em apreço, já posso antecipar-vos que importantes trabalhos estão sendo realizados no Alto, com vistas à concessão daquelas duas faculdades mediúnicas, se não a todas as almas em processo de reencarnação, a uma grande maioria delas. Este fato virá permitir aos seres humanos comunicarem-se de viva voz com os respectivos Protetores espirituais, deles recebendo em todas as oportunidades os conselhos e ensinamentos de que possam carecer, não só no desempenho de suas tarefas, mas, sobretudo, em matéria de espiritualidade. Preparai-vos, então, jovens do presente, para ouvirdes dos vossos irmãos encarnados dentro de breves anos a informação de que estarão vendo e ouvindo almas desencarnadas, inclusive os seus familiares que partiram. 

Em matéria de religiões, contudo, algo de muito importante se operará em breves anos na Terra, em conseqüência da substituição natural de muitos dos seus mentores de hoje, por outros especialmente preparados para esse fim. Há necessidade, por assim dizer, de se espiritualizarem os ensinamentos religiosos ministrados aos seres humanos, com o objetivo de despertar neles a sua memória espiritual, adormecida desde que a alma ingressou no ventre materno. Este é que deve ser o objetivo principal dos ensinamentos religiosos na Terra, considerando que do seu despertamento é que resultará a integração da alma encarnada no seu verdadeiro caminho, para alcançar as luzes que veio buscar mais uma vez neste plano de vida.

Muito haverá, porém, que modificar no que diz respeito ao ensino e práticas religiosas do presente. Uma dessas práticas que está a exigir arquivamento urgente e definitivo, pela sua verdadeira inoperância, é a da confissão auricular, em que as almas confessandas são inquiridas em suas respeitáveis intimidades, desnecessária e imprudentemente. Nada de positivo resultou até hoje de semelhante prática milenar, criada precisamente para perquirir no íntimo das criaturas, pensamentos, atitudes, e até delações de terceiros. Isto não é religião. Semelhante prática dita religiosa precisa cessar de todo e o quanto antes. As almas encarnadas só podem encontrar um confessor autêntico em Nosso Senhor Jesus, a quem devem dirigir os seus pensamentos e os seus pedidos de perdão, sempre que se considerarem em falta. Nosso Senhor Jesus auscultará amorosamente o coração das almas que a Ele se dirigirem em orações fervorosas, sendo Ele a única Entidade com poderes para perdoar. O Senhor se regozijará, inclusive, com as almas que assim procederem, porque verificará nesse gesto o desejo sincero de caminharem para Ele. Que cessem, pois, as confissões auriculares ditas religiosas, para que o século a iniciar-se muito proximamente não mais encontre essa prática que tanto serviu no passado recente, para imposição de sofrimento e martírio a não pequeno número de seres humanos. Ouçam- me os responsáveis pela religião que tal prática conserva, na certeza de que eu aqui lhes transmito a própria palavra do Senhor. Abulam o quanto antes do número de preceitos a confissão auricular, aliás já hoje repelida pela maioria dos seus adeptos, por absolutamente desnecessária. A esta prática se deve atribuir, inclusive, o afastamento dos templos, de muitos milhares de famílias cristãs, discordantes de semelhante preceito. Que prevaleça o princípio da consulta ao sacerdote por quantos adeptos desejem um conselho amigo, em situações que isso lhes pareça necessário, é coisa perfeitamente admissível; mas que isso se realize fora do confessionário, e melhor ainda se em presença de terceiros, em benefício mesmo da religião, cuja missão deve ser ensinar, orientar, conduzir em voz alta, para que todos ouçam. Façam isso os responsáveis diretos pelas religiões atuais, e estarão servindo ao Senhor, como o Senhor deseja que O sirvam verdadeiramente. 

Agora um pequeno detalhe para encerrar o presente capítulo. Todos quantos compulsaram a história religiosa sabem os motivos que levaram os mentores religiosos do passado a instituir no Ocidente a confissão auricular, como preceito religioso obrigatório para receber a comunhão. Todos vós que compulsastes a história religiosa verificastes que o verdadeiro objetivo desse estranho preceito era muito diferente do apontado e divulgado. E sabeis, por conseguinte, quantas criaturas de Deus foram encarceradas, martirizadas ou queimadas nas fogueiras inquisitoriais, em conseqüência de denúncias nem sempre verdadeiras, de atitudes contrárias ao pensamento religioso da época. Os responsáveis por semelhante procedimento, tanto delatores como executores, são hoje almas completamente redimidas dessas faltas graves do passado, após terem purgado no solo terreno, em vidas e vidas de sofrimento, tudo quanto impuseram às suas vítimas. É que a Misericórdia Divina, em sua infinita bondade, oferece a todas as almas, por mais enegrecidas se encontrem, oportunidades de lapidação e resgate, para que a luz espiritual brilhe intensamente em sua fronte, purificando-as de todas as suas faltas pretéritas. 

Deixo-vos aqui a bênção que o Senhor vos envia por meu intermédio, e a minha própria que eu vos ofereço de todo o coração.

 
     
 
Psicografada por
Diamantino Coelho Fernandes
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