C O R O L A R I U M

Obra Ditada pelo Espírito de Maria de Nazareth
 
A Excelsa Mãe de Jesus

CAPÍTULO 8
 
 

Assistência espiritual aos viventes necessitados. — Correspondência mental com o Alto em horas certas. — Organização espiritual padronizada em estudo na Corte Celeste. — Psicografia, uma das mais belas faculdades ao alcance de todos. — Há necessidade de mais obras mediúnicas na Terra. — Importante papel da mulher dona-de-casa.

 
 

Os fatos em perspectiva para terem lugar na Terra e que muito próximos já se encontram, justificam e deram causa à vinda de Entidades das mais categorizadas do mundo espiritual para aqui se dirigirem aos viventes terrenos. Seria uma grande felicidade para todos, encarnados e desencarnados, podermos assistir ao desenrolar desses fatos em plena paz e sossego de todos vós que ainda vos encontrais vivendo no corpo. Seria uma grande felicidade, repito, podermos assistir aos acontecimentos em curso com a naturalidade das águas correntes, sem nenhum sobressalto para as vossas almas, minhas filhas do coração. Eu estendo este meu grande anelo também aos meus filhos muito estimados, porque os quero igualmente com todo o fervor. 

Minha missão atual, vindo em Espírito ao vosso ambiente, tem, porém, objetivos outros, os quais eu procuro alcançar com a maior eficiência possível. Estes objetivos consistem principalmente no desejo que eu alimento em meu coração de mãe espiritual de quantos assim me aceitarem, de estabelecer uma ligação bem sólida entre o meu e o coração de todas minhas filhas terrenas, sem distinção de cor nem de origens raciais, a fim de nos empenharmos desde agora numa campanha de assistência espiritual a todos os viventes encarnados que dela necessitem. Meu pensamento é no sentido de estabelecermos uma espécie de correspondência mental em horas certas cada dia em todos os pontos do mundo terreno, a fim de nos comunicarmos e nos entendermos sobre todos os assuntos peculiares à vida terrena. Este assunto que apenas estou abordando nestas linhas espero poder apresentá-lo mais adiante já perfeitamente estudado, dado que o mesmo está sendo convenientemente preparado no Alto. Eu tenho observado através das rogativas, pedidos e apelos que no Alto recebo das minhas filhas encarnadas nas diversas regiões do mundo em que vivem, que está faltando na Terra uma organização espiritual padronizada segundo as necessidades de entendimento entre este plano físico e o plano espiritual, através da qual possam as almas encarnadas receber com presteza e segurança aquilo de que tiverem necessidade para a sua tranqüilidade na Terra. Este tipo de organização está sendo estudado no Alto por Entidades membros da Corte Celeste, com a inteira aprovação do Senhor Jesus, e eu espero poder oferecer o modelo terreno ainda neste livro, para que o mesmo venha a se firmar também neste plano. Voltarei, pois, ao assunto em capítulo posterior. 

Desejo ocupar-me agora de assunto que eu considero de grande importância para todas as minhas estimadas filhas terrenas, que é o seguinte:- É hoje em dia ponto pacífico no meio terreno a existência de faculdades psíquicas em todas as criaturas humanas independente do grau de instrução de cada uma. Tais faculdades não foram concedidas por acaso a essas criaturas, e tampouco se revelaram com a espontaneidade do aparecimento da grama em todos os terrenos cultivados ou não. As faculdades psíquicas de que são portadoras quase todas as almas encarnadas foram-lhes concedidas desde séculos em numerosas delas, como meio de poderem acelerar o seu progresso espiritual através do uso que vierem a fazer dessas faculdades, contribuindo com sua prática para o adiantamento dos semelhantes. 

Acontece, porém, que este assunto não tem sido tratado no plano terreno com o empenho e método conveniente, razão do atraso ainda verificado no progresso espiritual em geral. Existem na Terra faculdades realmente preciosas se convenientemente desenvolvidas e aplicadas. Citarei, por exemplo, esta de que me estou utilizando para conversar convosco por meio da palavra escrita, e que é uma das mais belas de todas. Embora concedida, por assim dizer, a todas as almas encarnadas ainda é pouco cultivada por seus portadores, quando são tantas as Entidades desejosas de falar à Terra por este processo. Tais Entidades, possuídas de tal desejo, têm em vista apenas contribuir para a felicidade, paz e bem-estar das almas encarnadas, e jamais a satisfação pura do que eu denominarei de diletantismo. A razão disto é o que todos observamos do Alto em relação à vossa movimentação pessoal ao longo dos caminhos a percorrer. Sabemos por isso que muitos dos erros cometidos pelos seres humanos o são em grande parte devido à falta de uma palavra de esclarecimento espiritual, ao desconhecimento das leis reguladoras da vida universal, o que não sucederia se todos tivessem à mão um maior número de obras mediúnicas fartamente esclarecedoras. Nós bem sabemos da existência de extensa bibliografia terrena abrangendo quase todos os assuntos do interesse das criaturas que vivem na Terra. Trata-se, entretanto, de obras redigidas segundo determinados programas didáticos, a maioria dos quais se circunscreve ao meio para o qual foram escritas. São assim os tratados de ensino médio e superior, de cujo conteúdo as demais classes não têm oportunidade de tomar conhecimento. Vêm a seguir as obras propriamente literárias, como os romances sentimentais, as novelas de todo o gênero, seguidas dos valores poéticos de todos os tempos destinados estes por sua natureza imaginativa e artística a um público assaz reduzido. Em nenhuma dessas obras, contudo, se encontram ensinamentos capazes de orientar e conduzir as almas encarnadas na direção que lhes convém, que é aquela que as trouxe à Terra. Somente, por conseguinte, as obras ditadas por Entidades autorizadas do mundo invisível estão contribuindo para o encaminhamento das almas para a luz, falando-lhes a palavra orientadora, aquela que se empenha em despertar em seu coração os verdadeiros objetivos de sua vinda uma vez mais à vivência no corpo.

Bem, para que haja na Terra boas obras mediúnicas, é indispensável a existência de pessoas com a respectiva faculdade mediúnica para as receber e divulgar. Para isso se torna necessário o empenho daqueles que vieram à Terra com essa faculdade, tratando de a desenvolver e aprimorar o quanto possível. Casos existem em que tal faculdade é perfeitamente sensível ao seu portador, o qual, entretanto, ou não conseguiu adquirir conhecimentos lingüísticos suficientes para grafar no papel o que lhe estiver sendo inspirado, ou, o que é mais comum, o portador dessa faculdade inteiramente dela se desinteressa. Qualquer dos dois casos é deveras lamentável pela falta de apoio às Entidades que desejam cooperar com as almas encarnadas por meio da palavra escrita.

Existem neste País, e também noutros mas em menor escala, organizações espiritualistas nas quais se procede ao exercício da faculdade psicográfica, mas de modo tão superficial que nada resulta para o público em geral. Essas organizações se contentam, em regra, com pequenas mensagens individuais relacionadas ou com a própria organização ou com o médium, quando muito bem fariam se dispusessem a receber obras mediúnicas para divulgação. Há exceções, é claro, e algumas poucas obras deste gênero estão sendo divulgadas. Seria então de desejar que os responsáveis pelas organizações espiritualistas de todo o mundo determinassem um dia dos seus trabalhos para o desenvolvimento e prática da mediunidade psicográfica, cuja determinação receberia desde logo todo o apoio do plano espiritual sob as vistas do Senhor Jesus. 

Desejo tratar ainda neste capítulo de outro assunto que o Senhor me recomendou para imediato conhecimento de todas as leitoras. Tratarei então do que diz respeito à vivência de cada uma em sua permanência na Terra, e a maneira ao alcance de todas, de a prolongar ao máximo possível, a fim de poderem todas beneficiar-se de sua presente encarnação. É fundamental, por conseguinte, que haja um método de vida capaz de manter inalterada a saúde do corpo, base do bem-estar e da longevidade. Dirijo-me então às minhas queridas filhas para recomendar a elaboração e cumprimento desse método de vida, já não apenas como obrigação que a todas assiste, como também um esforço pessoal de cada uma. Darei a seguir alguns elementos para esse fim, como contribuição de minha parte, no que diz respeito à mulher dona-de-casa, por exemplo, é necessário que a sua mão esteja em tudo quanto se passe no seu lar. Cumpre-lhe ser a primeira a levantar para dar andamento à vida do lar, seja transmitindo instruções às suas servidoras, se as tiver, assistir a preparação da primeira refeição para que marido e filhos com horários certos de trabalho ou estudos possam comparecer em tempo útil. Cumpre à mulher dona-de-casa acompanhar de perto a vida do lar, se não mesmo fazê-la girar em torno da sua pessoa. É a ela que incumbe determinar o que tenha de ser adquirido em matéria de alimentos e jamais permitir que isso se faça à sua revelia. Cumpre-lhe, inclusive, organizar sua pequena contabilidade, embora simplificada ao máximo, na qual fiquem registradas todas as despesas feitas com alimentação, vestuário, e as que mais houver, e jamais permitir que os recursos existentes no lar sejam utilizados a granel, isentos do respectivo registro. Procedendo desta maneira a dona-de-casa cumpre dois deveres essenciais. O primeiro deles é o de poder apresentar ao seu companheiro que lhe fornece os recursos uma relação sucinta dos gastos feitos durante o período, para que o mesmo se capacite sempre mais da excelência da sua companheira de vida terrena que é a esposa, e continue a considerá-la, se possível, a melhor que poderia ter encontrado. O outro dever que escapa ao conhecimento das almas encarnadas em corpo feminino é o seguinte: a escrituração regularmente feita pela dona-de-casa de todos os gastos da família no período mensal é conhecida e estudada também no plano espiritual pelas Entidades disso incumbidas, e serve para que desse plano se providencie, quando considerada necessária, uma adequada melhoria dos proventos capazes de fazer face ao déficit porventura existente no respectivo orçamento. Isto acontece muito freqüentemente a vários lares terrenos cujo exame demonstra uma aplicação sensata dos recursos obtidos pelos seus responsáveis, havendo por isso necessidade de os acrescentar, e isto se verifica. Ao passo que nos lares em que não haja anotação positiva, regular, dos dispêndios efetuados, e tudo se resuma ao esgotamento dos recursos domésticos, nenhuma referência existirá, igualmente, no plano espiritual. Os gastos feitos, por assim dizer, no escuro, levam quantas vezes a família ao desentendimento, com grave prejuízo para todos. Torna-se, por conseguinte, necessário que as minhas filhas a quem tanto quero, se preparem desde a mocidade para desempenhar mais tarde, não apenas o elevado papel de esposa e mãe, mas sobretudo o difícil papel de dona-de-casa, pelo valor que o mesmo representa na felicidade e harmonia do lar. Eu falo-vos desta maneira, minhas queridas, por conhecer muitos e muitos lares em que suas donas bem pouco se preocupam com o cumprimento dos deveres apontados, confiando às suas servas ou a terceiros a função que a si mesmas compete. Muitas destas filhas preocupam-se mais com os assuntos da vida social puramente diletante, colhendo da mesma simples entretenimento, em prejuízo quantas vezes da sua felicidade e harmonia no lar.

Vejamos a seguir a decorrência em que tal maneira de viver implica. Filhos e filhas deixados entregues às servidoras domésticas ou aos cuidados de terceiros, sofrem com a ausência das mães que se divertem fora, recebendo esse procedimento como possível exemplo a adotarem também mais tarde em sua própria vida. Repito, então, filhas queridas do meu coração: habituai-vos ao papel da verdadeira dona-de-casa como autêntica rainha do lar que ajudastes a construir, uma vez mais, e tratai de apurar na sua administração todas as boas qualidades que possuís, desenvolvendo-as o mais possível para aumentardes assim a vossa felicidade. Tende sempre presente que a vida terrena é muito curta para ser desperdiçada. Cada mergulho dado pelas almas num corpo de carne seja ele de que sexo for, representa uma concessão feita a cada uma delas pelas Forças Superiores para ser utilizada no único sentido da sua iluminação. Guardai isto no vosso coração, minhas filhas muito queridas. Espero voltar ao assunto ainda neste livro. 

Deixo-vos aqui a bênção que o Senhor vos envia por meu intermédio, e a minha própria que eu vos ofereço de todo o coração.

 
     
 
Psicografada por
Diamantino Coelho Fernandes
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