E L U C I D Á R I O

Obra Ditada pelo Espírito de Paulo de Tarso
 
  Sob a Nova Ordem de Jesus  
 
 
  CAPÍTULO 7  
     
     
 

Mensageiros encarnados do Senhor - Os maiores de quarenta anos - Recepção e acomodação no plano espiritual - Meu apostolado do primeiro século - O valor da fé cristã na desencarnação das almas - A consoladora doutrina de Jesus

 
     

 

 Acontece muito freqüentemente no Alto, serem designados mensageiros do Senhor a várias regiões da Terra, com o objetivo de falar ao coração dos encarnados a respeito de assuntos de seu mais caro interesse espiritual, mas encontrarem esses irmãos tão preocupados, tão absorvidos com outra espécie de interesses, que não chegam a prestar ouvidos ao que lhes dizem os mensageiros de Jesus. Isto acontece muito freqüentemente, repito, para tristeza dos mensageiros e sofrimento dos irmãos encarnados, tal como está acontecendo no momento que passa.

Encontram-se presentemente em missão desta natureza junto aos encarnados, alguns milhares de Entidades de maior ou menor grau evolutivo, procurando segredar-lhes ao ouvido espiritual, conselhos e ensinamentos de utilidade imediata para eles, em face dos tempos que se aproximam para a transformação desta pequena esfera em planeta de vida mais tranqüila e feliz para os seus habitantes. Em todas as regiões geográficas da Terra se encontram Entidades missionárias, procurando despertar nos encarnados a sua atenção para o que verdadeiramente lhes interessa de imediato, sem falar no trabalho realizado durante o sono do corpo junto aos Espíritos encarnados. Dizer que todo este esforço está sendo empregado em vão, não será a expressão da verdade porque, felizmente, uma boa parcela dos Espíritos encarnados tem se interessado vivamente pelo assunto, e enveredou pela senda que lhe há de proporcionar uma passagem tranqüila quando essa oportunidade chegar. A parcela dos seres humanos assim despertados e atentos aos conselhos e ensinamentos recebidos, já está colaborando com os mensageiros de Jesus junto aos irmãos de suas relações, no sentido de que despertem também para a vida espiritual, e este fato está ampliando bastante a área de esclarecimento iniciada pelos emissários de Jesus.

Aí está, então, uma tarefa a ser empreendida igualmente pelos leitores deste livro, aceitando de bom grado o seu ingresso na categoria de mensageiros encarnados que Nosso Senhor lhes confia, e na qual hão de resultar poderosas luzes para os seus Espíritos, ao regressarem ao seu plano de vida no Além. A tarefa é simples e muito fácil de desempenhar. É apenas uma questão de amadurecimento espiritual, obtido mediante a observância de quanto vem sendo divulgado através dos livros do Irmão Thomé e das páginas deste, que eu venho especialmente redigir para os meus estimados irmãos terrenos. Bem sei que alguns de meus leitores, ainda presos a interesses materiais, julgando-os porventura entre os objetivos da vida terrena, poderão sentir à primeira vista ser-lhes bastante difícil o ingresso na categoria de missionários encarnados, mas eu lhes direi que o não é absolutamente. Eu lhes direi que para os seus Espíritos isso constituirá uma tão grande alegria, assim uma espécie de realização de suas mais caras aspirações, capazes de transformar completamente a idéia possivelmente contrária inicial. Existe efetivamente uma alegria tão grande a envolver os Espíritos devotados ao trabalho santo do Senhor, que uma vez experimentada jamais os abandonará. Isto acontece, tanto no plano físico como no espiritual, onde também vivem Entidades refratárias à prática do bem e do amor ao próximo. Estas estão sendo igualmente esclarecidas a respeito do seu progresso e felicidade como seres espirituais, sendo motivo da maior alegria para todos nós a constatação do seu devotamento ao trabalho espiritual, apenas recebidos os primeiros reflexos. do seu devotamento à boa causa.

Poderá parecer estranho aos viventes atuais desta pequena esfera terrestre, o empenho com que hoje se entregam à tarefa de que me ocupo, tantos milhares de Entidades altamente evoluídas, com o só objetivo de esclarecimento dos nossos irmãos encarnados. O fato deve-se, conforme foi sobejamente explicado, à necessidade de preparar a grande maioria dos encarnados de hoje, sobretudo os maiores de quarenta anos, para ingressarem em breve num outro planeta de vida mais adiantado do que este, se para isso se encontrarem devidamente preparados. Fazendo parte desta classe maior de quarenta anos, encontram-se Espíritos possuidores de certa experiência, adquirida à custa de vidas numerosas em que foram duramente provados, e, voltando à Terra em sua atual existência, apenas necessitam de um pouco mais de luz espiritual para melhor se conduzirem no Além. Foi precisamente para despertar no coração desta categoria de irmãos o interesse pelas coisas do Espírito, que o Senhor Jesus nos enviou à Terra a transmitir os conselhos e ensinamentos que aí ficam, uma vez que outras Entidades estão em preparativos para vir ao solo terreno, a fim de operar transformações de ordem moral e técnica de que o mundo terreno está necessitando. Assim, ouvidos e atendidos os conselhos que lhes trazemos, os encarnados do momento atual, ao partirem do solo terreno, irão participar da alegria de quantos estão sendo conduzidos a determinado plano de luz no mundo espiritual.

Diariamente se estão verificando desencarnações de Espíritos que a véspera se poderiam considerar ainda cheios de vida, e no entanto dispunham apenas de algumas horas de permanência no corpo. Outros muitos desencarnam ao cabo de períodos mais e menos longos de sofrimento, durante os quais a quase totalidade muito apelou para a Divina Providência, entrando assim em contato com uma força espiritual que de há muito deveriam cultivar. Contudo, fazendo-o durante o período da enfermidade, em que o Espírito sempre se dirige ao mundo espiritual, conseguem esses irmãos amenizar bastante o esquecimento em que mergulharam em relação aos seus deveres espirituais. Seus rogos emitidos da carne enferma chegam ao destino e preparam o Espírito para uma recepção a melhor possível quando seu regresso se verificar. E aqueles que partem inesperadamente, sem terem tempo suficiente para se comunicarem com o Além? Se a vida destes irmãos se tiver desenvolvido no olvido completo de seus deveres espirituais, então, meus queridos, sua recepção e acomodação no plano espiritual não será das mais desejáveis nem mais confortáveis espiritualmente falando. Mas acontece por vezes, e não muito raramente, que uma boa parcela dos irmãos desencarnados inesperadamente, pelo estado de ignorância em que viveram em relação às leis espirituais, não consegue durante certo tempo elevar-se do solo terreno, por se conservar demasiadamente acorrentada aos interesses da matéria. E quando isto se dá, somente estes dois fatores lhes poderão valer para elevá-los até ao plano onde possam repousar em paz: a oração fervorosa de seus familiares ou a sua própria, proferida com verdadeira unção. O melhor será, por conseguinte, preparar-se cada qual desde agora com devoção e fé, como quem tivesse a certeza prévia de que o dia de amanhã poderia ser o dia de seu regresso. Assim procedendo metodicamente, elevando diariamente o coração aos páramos siderais, que são em conjunto os diversos planos do mundo espiritual, não só estarão os seres humanos a coberto de qualquer surpresa, como estarão construindo eles próprios a vivência de luz espiritual que os aguardará a seu tempo.

Para ilustrar um pouco a vossa imaginação em relação ao valor da fé cristã como elemento de felicidade e bem-estar espiritual, eu recorrerei a fatos ocorridos no passado, naquele passado que continua a ser presente para mim, quando me dediquei com todas as minhas energias à divulgação do Cristianismo em terras do Oriente próximo. Viviam os povos das regiões que percorri a serviço da boa nova de Jesus, inteiramente mergulhados na obscuridade de doutrinas utilitárias que em nada os ajudavam após o encerramento da vida corporal. Como o grau de instrução da quase totalidade daquelas boas criaturas não fosse além das quatro operações nas melhor preparadas, que eram pequena percentagem, conclui-se que o analfabetismo predominava por toda parte, e com ele a completa ignorância das leis espirituais. A minha pregação cristã, assim como a de meus companheiros de tarefa, conseguiu despertar principalmente os Espíritos daquelas gentes para o entendimento das coisas de Deus, que nós divulgávamos de par com a consoladora doutrina de Jesus. Tendo assim percorrido e evangelizado quase todos os territórios da Ásia ocidental, era natural que nos sentíssemos estreitamente ligados por laços espirituais aos nossos irmãos visitados com o empenho que pusemos em nossa pregação religiosa.

Uma vez libertado do meu invólucro carnal, agasalhei a idéia de percorrer em Espírito as cidades, vilas e povoados por mim visitados em vida, na tentativa de poder observar resultados relacionados com o meu trabalho evangélico. E aqui vos refiro com verdadeira alegria, que estes foram altamente compensadores dos esforços despendidos junto àquelas almas simples. Pude então verificar a sensível diferença apresentada pelas almas evangelizadas das que, ou não o foram, ou preferiram permanecer em suas crenças materiais. Verifiquei então que as almas ou Espíritos encarnados das pessoas que se entregavam à prática dos ensinamentos cristãos ministrados por nós, apresentavam cada qual o seu ponto luminoso apenas visível às Entidades espirituais, ao passo que as pessoas não evangelizadas nenhuma luminosidade apresentavam. Procurei observar, como segunda referência, o que acontecia a umas e outras pessoas no momento da desencarnação e a seguir, como elemento de comprovação para mim acerca da crença de cada classe de pessoas. O resultado desta observação serviu para me convencer ainda mais da necessidade que existe de que toda a população do mundo terreno enverede sem mais demora no estudo e prática da doutrina trazida à Terra por Jesus de Nazareth. Constatei em todos os lugares por onde passei no desempenho do meu apostolado do primeiro século, que as almas evangelizadas na fé cristã, ao se desprenderem do corpo pelo fenômeno da morte, desferiam um vôo em direção a determinado plano espiritual, graças à luminosidade incrustada pela sua crença e fé na doutrina de Jesus. Enquanto semelhante fenômeno se verificava com as almas evangelizadas, eu constatava com sincera tristeza que as demais, aquelas que preferiram conservar-se ao nível utilitarista em que viviam, ou as residentes nos lugares onde não consegui alcançar, ao se desprenderem do corpo físico permaneciam desconsoladas e atônitas, sem qualquer idéia ou rumo a seguir. Outra observação ainda fiz a esse tempo, e que eu reputo do maior interesse para vós em conhecê-la, que é a seguinte: a luminosidade apresentada pelas almas evangelizadas e adesas à fé cristã, funcionava ao desencarnarem, como elemento de atração ou chamamento de Entidades afins que delas se aproximavam instantaneamente e as acolhiam, para juntas se desprenderem da face da Terra em direção ao novo plano de vida; ao passo que tal assistência não ocorria àquelas que desencarnavam imbuídas de suas velhas crenças.

Estas observações, escusado será dizê-lo, foram para mim altamente confortadoras, e muito me compensaram da luta que tive de sustentar para difundir a consoladora doutrina de Nosso Senhor Jesus. Isto constatado, porém, não consegui sopitar minha própria reação contra aqueles que tão violentamente me impediram de semear em quantos outros povos a mesma semente do Cristianismo, tão necessária então como hoje à salvação das almas. Este sentimento porém — esclareceu-me o Senhor Jesus — não devia permanecer em face da marcha ininterrupta dos tempos, pois que as coisas acontecem quando devem acontecer, e sempre para o bem da humanidade. Minha pregação não teria alcançado o êxito que alcançou se eu não tivesse sido sacrificado daquela maneira.

 

 

 

 

Psicografada por
Diamantino Coelho Fernandes

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