VIDA NOVA

Obra Ditada por 50 Entidades das Forças do Bem
 
  Sob a Nova Ordem de Jesus  
 
CAPÍTULO 9
 
     
     
  SEM DEUS E JESUS NADA SOMOS  
     
 

Em número absolutamente incontável, os mundos que giram sobre si mesmos na imensidade do espaço cósmico, obedecem todos eles às mesmas leis evolutivas que regem a vida na Terra, e de quantos Espíritos de Deus aqui se empenham noite e dia pelo seu próprio engrandecimento. Apenas o esforço despendido pelos Espíritos encarnados na Terra visa objetivos diametralmente opostos aos do seu verdadeiro interesse. 

Em todos os mundos conhecidos vossos, assim como na imensidade dos que vos são desconhecidos, impera e reina o mesmo e único princípio que aqui vos trouxe, que outro não é senão a necessidade de adquirirdes mais luz para os vossos Espíritos. Naqueles mundos a que me refiro, a vida dos seus habitantes está subordinada ao mesmo princípio da aquisição de luz, mais luz, sempre mais luz, o que vale dizer em outras palavras, sempre maior grau de aprimoramento das qualidades morais que ornam a personalidade espiritual. Os homens e as mulheres que presentemente se encontram na Terra — já foi dito isto por outra Entidade — não são em absoluto de primeira vez, nem segunda, e nem de quarta ou quinta viagem a Terra, visto como já aqui viveram várias encarnações com este mesmo e único objetivo: aperfeiçoarem suas qualidades de coração e de caráter, através de anos e anos de existência nas mais diversas condições de classe social. Se eu vos disser que Espíritos de reis e imperadores viveram e vivem entre vós na condição de simples e modestos trabalhadores sociais, estarei dizendo-vos uma verdade autêntica porque na realidade assim é. Quando revestidos de todos os poderes que na Terra adquiriram em lutas memoráveis ou os herdaram de seus antepassados, esses Espíritos não encontravam tempo para se dirigirem ao Senhor do Mundo suplicando ajuda e inspiração para os seus atos de governantes e chefes absolutos de milhões de almas encarnadas nos seus domínios, preferindo agir segundo seus próprios interesses de domínio incontrastável sobre aquelas almas. 

A muitos desses potentados sucedeu terem de assistir em vida ao declínio de seu poderio ou à própria débâcle total de sua autoridade temporal assim exercida, vendo-se a certa altura inteiramente impotentes para conservar o poder, e terem de assistir à passagem do mesmo a outras mãos por meios violentos ou não. Os governantes que tal débâcle puderam testemunhar em sua vida terrena, foram talvez os mais venturosos de sua categoria, meus estimados amiguinhos terrenos.

Esses tiveram oportunidade de testemunhar em causa própria como é frágil o poderio na Terra, a ninguém sendo dado ufanar-se de poder gozá-lo indefinidamente. Aos que puderam testemunhar a transferência a outras mãos do extraordinário volume de poderes que chegaram a enfeixar nas suas, a esses sucedeu a melhor coisa que suceder podia: entregarem-se todos por sua vez ao exame de consciência que antes não haviam feito, daí resultando invariavelmente entrarem em contato com o Divino Mestre, a quem muitos têm suplicado perdão para os atos que teriam ferido ou prejudicado a muitos ou alguns dos seus vassalos. 

O fato de terem perdido o extraordinário volume de poder que antes detiveram, e que a muitos teria cegado na distribuição da justiça, serviu admiravelmente para a construção em cada um de uma nova consciência de si mesmos, iluminada pelas luzes que o seu arrependimento terá merecido do Senhor do Mundo. 

Isto, quanto aos potentados de todas as categorias que chegaram a perder em vida posições e poderes incontrastáveis então possuídos. Porque os demais, aqueles que houverem partido da Terra em pleno uso de tais poderes e prerrogativas, esses, com algumas exceções é verdade, foram encontrar no Alto devidamente anotadas todas as injustiças, faltas ou violências por eles praticadas, cujo arrependimento se lhes tornou muito mais doloroso, porque compulsório, ao invés de espontâneo, à custa de suas meditações ainda na Terra. 

Isto que um tanto alinhavadamente eu aqui vos relato, tem o objetivo de deixar-vos perceber o funcionamento da lei de Causa e Efeito no plano espiritual, onde outra lei igualmente funciona paralelamente, que se denomina Lei de Conseqüência. É em virtude desta lei que têm de voltar a Terra, não apenas despidos de todas as prerrogativas que tenham usado para o mal, ou simplesmente delas tenham feito mau uso, que se encontram em meio da humanidade atual Espíritos da categoria acima apontada, cumprindo tarefas às vezes rudes para suas mãos delicadas, em busca da humildade de que necessitam para o equilíbrio da sua personalidade espiritual. Isto acontece muito freqüentemente, não apenas em vosso pequeno planeta como em todos os demais em que vivem existências de aprendizado outras categorias de Espíritos de Deus. 

Poderei comparar o fenômeno com o que sucede aos alunos de vossas universidades que se vêem na necessidade de repetir determinadas matérias que não souberam ou não conseguiram assimilar. Com a única diferença de que no caso dos vossos alunos, eles conservam o grau ou a classe em que se achavam matriculados; ao passo que os governantes, por mais alta e honrosa que sua classe haja sido, somente podem voltar à escola terrena como ornamento de classe bastante inferior. 

Eis aí amiguinhos encarnados o que de experiência própria vos veio dizer um Espírito que viveu de várias maneiras na Terra, tendo ascendido na última, por mercê divina, à elevada categoria de governante do grande e belo país em que ora venho grafar estas linhas, que só contêm verdades aprendidas de experiência própria. O fato de ter terminado os meus dias bem longe do vosso país, ao qual até hoje me sinto ligado por inquebrantáveis laços do coração, esse fato fugiu à regra geral apontada por mim em princípio, porque nas longas meditações a que me entreguei no exílio, só encontrei motivos para agradecer a Deus e ao bom Jesus, a inspiração, a ajuda e proteção que sempre recebera na prática dos atos administrativos que a minha situação me obrigava a praticar, tendo predominado em todos eles o sentimento de meu verdadeiro amor a todos os meus governados.

Constituiu então para meu pobre Espírito a mais agradável quão emocionante das surpresas, quando, reingressado no mundo espiritual ao término de minha última encarnação, recebi das próprias mãos do meu amado Jesus, o mais belo galardão que imaginar podia, pela segurança, lealdade, eficiência e humildade com que me desempenhei da missão antes igualmente recebida de suas santas mãos, de governar esta nação privilegiada. 

Meu caso não é o único, meus amiguinhos terrenos, existindo vários, mas raros, em que outros governantes de povos igualmente fizeram jus ao mesmo galardão espiritual. Infelizmente, porém, a história destes casos, que algum dia podereis vós próprios compulsar, apresenta uma infinidade de acontecimentos verificados na Terra, cujos autores ou mentores encarnados por aqui andaram posteriormente em circunstâncias bastante precárias para seus Espíritos. Ao final, entretanto, depois de idas e vindas, lutas e sofrimentos, quase todos conseguiram não apenas assimilar as matérias de que necessitavam, como em alguns casos receber também o seu galardão espiritual pelo verdadeiro heroísmo de que puderam dar provas em novas encarnações.

Daqui deduzireis, segundo penso, que a circunstância de alguns Espíritos falharem no desempenho de suas tarefas na Terra, tarefas que conscientemente receberam de seus maiores do Espaço, não os inibe absolutamente de virem a alcançar aquele grau espiritual que há milênios perseguem, mas apenas vêem retardado esse desejado momento, sendo-lhes necessário voltar à existência terrena quantas vezes se façam necessárias para isso. Se, entretanto, todos conseguirem ter presente em sua memória terrena, a grande verdade de que sem Deus e Jesus o homem nada é, ou que o esquecimento do encarnado dos seus deveres de íntimo aconchego ao Divino Salvador, só pode contribuir para o cometimento de atos incompatíveis com a Vontade Divina, se todos vós meus amiguinhos terrenos, conseguirdes instalar esta grande verdade no âmago dos vossos corações, eu vos asseguro com toda a luz do meu Espírito, que surpreendente galardão espiritual será cingido por vós ao regressardes da vossa presente existência na Terra. 

Meditai no que vos digo, amiguinhos meus, e quanto mais nisto meditardes mais estareis vos aproximando do vosso e meu Divino Salvador, que é Nosso Senhor Jesus de Nazareth. E contai a partir de agora no Alto, com mais este amigo verdadeiro

 PEDRO DE ALCÂNTARA 

 _______________________________________

Not. biogr. — Pedro de Alcântara — 1825-1891 — Imperador do Brasil com o título de D. Pedro II. Nasceu no Rio de Janeiro no dia 2 de dezembro de 1825 no palácio de São Cristóvão, filho do imperador D. Pedro I e da imperatriz D. Leopoldina, que faleceu quando o filho contava apenas um ano de idade. Pelo ato de abdicação de seu pai, a 7 de abril de 1831, D. Pedro de Alcântara tornou-se imperador do Brasil aos seis anos de idade. Casou-se em 1843 com a princesa italiana D. Thereza Cristina Maria de Bourbon, de cujo consórcio nasceram quatro filhos, dois varões que faleceram com poucos meses de idade e as princesas Leopoldina e Isabel, esta cognominada mais tarde a Redentora por seu ato extinguindo a escravatura no Brasil, numa curta ausência do imperador. D. Pedro II realizou uma obra das mais notáveis no governo do Brasil, guiado por “uma serenidade imperturbável, uma linha reta e constante, invariável observância do dever, dignidade e elevação permanentes”, como bem acentuou o conde de Afonso Celso em sua obra O Imperador no exílio. Exilado pela revolução de 1889 que proclamou a República no Brasil, D. Pedro II veio a falecer pobre num modesto quarto de hotel de Paris a 5 de dezembro de 1891. Espírito dos mais cultos, amava as ciências, as letras e as artes, deixou muitos trabalhos em prosa e verso entre originais e traduções do espanhol, do hebraico e do italiano. Convidado para arbitrar diversos litígios internacionais, seus veredictos mereceram o acatamento das partes. Seu nome é pronunciado com o maior respeito por todos os brasileiros.

 

 
     
Psicografada por
Diamantino Coelho Fernandes

____________________________________________________
Dimont Design & Comunicação Visual