Pensam
os homens que a missão do Messias ficou terminada com o sacrifício de
sua vida, porém sua morte não foi mais que o remate com que devia
ficar consagrada a grandeza de sua obra, recém começada por ela. Sua
morte significa, pois, mais que outra cousa, o grande compromisso de
futuras alianças entre Deus e os homens, pelo esforço destes para o
acatamento das leis divinas e pela elevada manifestação do Pai no que
tem de compreender-se como sua vontade, para ser acatada e cumprida
sobre a Terra. Venho assim novamente entre os homens, como já disse
outras vezes, para continuar a tarefa
começada, confirmando o que já
disse, retificando o mal compreendido, ampliando também aquelas
manifestações e esclarecendo-as em tudo o que permite a compreensão
dos homens (1).
Não duvideis de minha filiação divina, porque o Pai me
havia honrado assim ao mandar-me como Messias entre vós, para que as
elevadas alianças espirituais, que me rodeavam, e os altos compromissos
contraídos, que me apoiavam ao descer à Terra, lograssem assegurar a
obra de Redenção Humana, muito retardada
já. Mas não acrediteis na
redenção do pecado pela maneira que se disse, porque o pecado só se
redime pelo esforço de quem pecou.
Irmãos meus,
sois espíritos tão
materializados ainda que nada vos ocorre fora da matéria e resumis
entretanto vossa felicidade na posse dos bens materiais. E é só pela
decidida renúncia de tudo quanto forma um atrativo para a carne e para
vossos
mal dissimulados desejos de predomínio, que conseguireis elevar-vos o
suficiente para ingressar pela nova via de vossa regeneração. Sois
espíritos jovens ainda; vossos pensamentos, vossos desejos e os mesmos
laços carnais que vos ligam à família, tudo vos traz agarrados à
terra que habitais. Porém podeis, pouco a pouco, levantar-vos acima
dessa materialidade com o arrependimento de vossas faltas e com o
cumprimento de vossos deveres, porque é assim como o espírito começa
a sua elevação e na elevação espiritual encontra-se o desprendimento
da matéria. Recordai-vos do que antes já vos disse: "Eu não
trago a paz senão a guerra. Levantai, pois, esta bandeira de guerra e
não a enroleis".
Irmãos meus: - Oxalá possais compreender o
significado de minhas palavras e ligar-vos a Mim,
como irmãos, na
adoração do verdadeiro Deus. Como irmãos meus na reforma de vossos
hábitos, nas meditações de vosso espírito e no acordo de vossa
vontade com a minha, para honrar vossos pensamentos e vossas ações com
a elevada emanação divina.
Eis-Me, pois, entre vós para o cumprimento
do que escrito está a respeito de minhas palavras e de meus
ensinamentos para o porvir, que é hoje o presente, cumprindo a vontade
do Pai que não me haveria enviado antes se não me houvesse de permitir
mais tarde ajudar a frutificação do que eu havia semeado em Seu nome.
Vêm assim a constituir estas manifestações como que o resultado
natural de meus primeiros trabalhos da vinha do Senhor (2). Crede,
pois, em minha palavra porque Eu vos falo pelo amor, e
o amor é a
essência de Deus. Assim como antes vos disse: Amai-vos uns aos
outros,
agora repito-vos: Só pelo amor será salvo o
homem.
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(1)
- Os ensinamentos de Jesus são de tal natureza, que guardam sempre algo
mais para o que mais sabe alcançar, pois seu espírito tanto mais se
eleva quanto mais nossa compreensão se alarga. Basta observar, por
exemplo, a comunicação referente à fé, da qual algum proveito
recolhem os espíritos simples, maior conhecimento alcançam os
inteligentes e intensas cintilações de inesperada luz brilham para as
almas mais evolucionadas. - Nota do Sr. Rebaudi.
(2) - Desde então Jesus não cessou seus trabalhos, sendo ele o
Diretor deste intenso movimento espiritualista que se vem produzindo sob
a denominação de "Moderno espiritualismo", mas que na
verdade não constitui outra coisa senão manifestações do próprio
Cristianismo dentro de sua orientação constantemente progressiva, pois
que, segundo palavras do próprio Mestre, "tudo ressurge dentre as
mesmas aparências da morte para a confirmação mais completa da vida e
de seu aperfeiçoamento, para sua aproximação paulatina para
Deus". Essa tendência, constantemente progressiva do Cristianismo,
se deduz também, entre outras muitas coisas, do Espírito de Verdade do
Consolador prometido por Jesus, que revelaria e explicaria o que os
homens da Judéia não podiam compreender. A incansável laboriosidade
do Mestre sobre esta rota por ele empreendida há cerca de dois mil
anos, vê-se claramente manifestada em todas estas comunicações e
muito especialmente também na de S. João. que se encontra no final da
obra, sendo esta nota agregada recentemente em 1992, para a reimpressão
do II tomo, editado na Espanha pela Sociedade "A Verdade pela
Ciência". - Nota do Sr. Rebaudi.
FIM
DO CAPÍTULO 17